domingo, 28 de novembro de 2010

. Sorriso quente


Nunca conversaram, nunca sentaram um junto do outro, nunca leram o mesmo livro, não tinham a mesma religião, não gostavam das mesmas coisas, não tinham nada em comum, nem sequer falavam a mesma língua.
Mas mesmo assim ela o amava.
Rômulo era frio, mas tinha um sorriso quente.
Julieta era tímida, tão tímida que quando muito nervosa era incapaz de falar.
Mas uma coisa ela tinha certeza: o amava muito, o problema era que ele não a amava, na verdade ela não tinha os olhos que lhe chamavam atenção, nem o sorriso de boneca que ele esperava.
No final de tudo ele acabou encontrando alguém....e Julieta ficou só.
Prometeu a si mesma que não importa quando tempo ele levaria para descobrir que ela o amava, ela o estaria esperando...esperando...esperando.
Será que vale a pena esperar por alguem que talvez não venha?

Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.*
-Clarice Lispector

2 comentários:

Auricio disse...

Acho que todo mundo já foi Rômulo e Julieta, já gostamos sem ser correspondidos (ou não da maneira como esperávamos) e também não retribuímos o amor de outra pessoa... Não achei fácil estar em nenhuma das posições.

E torço para esperar sem certeza seja o certo a se fazer, faço isso todos os dias...


Beijo M.

Gabriela Marques de Omena disse...

Oi M.,
Vi você em meus comentários, maravilhosa foi tua visita. Vim lhe retribuir então, e logo me deparo com um feito de Clarice... Ah, Clarice, adoro diversos contos dela, mas este eu nunca havia lido. Foi um prazer.
Espero eu nunca ter sido o Rômulo, embora por mais que eu não goste de admitir, diversas me vi como Julieta.
Assim como o Au disse: todo mundo já amou sem ser correspondido uma vez na vida, não?
É normal. Nem sempre o amor é recíproco, mas nem por isto ele deixa de ser amor.

ótimo fim de semana a você.
Espero lhe ver mais vezes eu meu cantinho.
Imenso beijo.